domingo, 19 de junho de 2011


Dias atrás, voltando para casa e conversando com minorias, entramos em uma discussão sobre o ENEM. A minoria disse que apoiava e gostaria muito que o ENEM fosse aderido nas universidades federais em substituição do vestibular. Eu, em contrapartida, me mostrei contrário ao ENEM, pois achava o sistema muito falho e passível de fraudes, não sendo suficientemente bom como os vestibulares de algumas faculdades, e podendo comprometer a qualidade dos alunos e da própria faculdade. O ENEM eliminaria o controle da universidade sobre a qualidade dos alunos que entram, pois não é ela quem agora define os conhecimentos empregados na prova, as formas de avaliação, além de não ditar o nível intelectual que a prova possa exigir dos candidatos. Então a minoria, que por um motivo óbvio se mostrava contra os vestibulares, argumentou que o ENEM é sim a solução para a educação no Brasil, pois nem todos tem condição de pagar uma boa formação para garantir o ingresso em uma faculdade federal, e também o ENEM uniformizaria as faculdades, além de facilitar a entrada do estudante no ensino superior, ressaltando que o ENEM se encontra em um grau de dificuldade inferior a muitos vestibulares. Contra-argumentando disse que a solução correta não seria ridicularizar a prova, abaixando seu nível para que os alunos não capacitados possam se valer da oportunidade, mas sim elevar o nível dos próprios candidatos para que assim sejam capazes de realizar qualquer prova seletiva, e a única forma de aumentar o patamar os candidatos é melhorar a educação pública no país, priorizando o desenvolvimento intelectual dos cidadãos e não mascarar a realidade com falsas soluções. E como boa brasileira que é, a minoria encerrou a discussão dizendo que seria bem fácil aderir o ENEM do que ter que mudar toda a estrutura de educação básica no país, disse que o ENEM seria uma solução bem mais imediata, prática e fácil, do que “gastar” tempo e dinheiro tentando melhorar o sistema educacional brasileiro. Apelidei a interlocutora de “minoria” pelo fato de possuir um pensamento tão fraco e diminuto, mas seu real codinome deveria ser “maioria” por sincretizar tão bem o pensamento simplista e ocioso da maioria dos brasileiros, que preferem mascarar a uma mudança substancial.