domingo, 7 de dezembro de 2014

Historicamente, sou assim: depressões e ápices, colinas e vales. Poucas linhas retas, um horizonte em ziguezague, meus variantes não tem fim. Na montanha russa da minha alma poucas coisas ainda estão no lugar que um dia foram delas. Peço a vocês que entendam que oscilar, para mim, é tão natural quanto respirar. Oscilo dentro daquilo que cabe a mim, dentro daquilo que é meu mundo, meu medo, meu amor. A angústia de viver me faz trepidar, e perdido na efemeridade da vida, me atenho ao amargo das minhas filosofias. Filosofias nas quais consigo me traduzir, mas somente para mim, pois sou como um símbolo perdido, que adere a muitos significados, porém em essência, poucos deles me contemplam. Mudo e transmudo entre dois campos, permuto entre a doçura do amanhecer que promete nova vida e o pungir da noite que esmaece o sono. Pois bem, prefiro a noite. Ela conjuga meus pensamentos e as estrelas. Solto no vazio do escuro, me sinto a vontade para mudar, permutar, e me transformar quantas vezes me vem a mente. Pulo de estrela em estrela, renovo meu caos, acalmo minha paz. Sou vítima da minha maldade, me rendo ás minhas saudades e então a dor se faz prazer. Minha sensatez se dissolve nas minhas várias formas, e então, nesse momento, tenho a oportunidade de me escolher dentre os inúmeros modelos de mim mesmo. Me enveneno da tristeza do meu ser e nesse infinito veludo negro me espalho, me dissemino, fazendo do mundo, meu mundo. Mas de repente caio no sono, e quando acordo, ainda quero prosseguir mudando, sem me lembrar que já não é mais noite e preciso voltar a ser um só. Amanheceu!