terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tudo passa tão rápido. A vida é um sopro. Um pássaro de asas longas, no qual nos aventuramos pegar um carona, que voa cego, atravessando nuvens de lágrimas debaixo de estrelas de glória. E no bater dessas asas quantas histórias nós contamos, quantos amores nós encontramos, quanta vida nós vivemos. O tick tock do relógio só nos alerta o quão rápido esse pássaro voa e na velocidade de cada segundo, lembranças são moldadas na parede da mente. Lembranças de amigos desmedidos, de amores incompletos, de desejos não realizados, de musicas que não dançamos, de diferenças que não aceitamos, lembranças talvez de coisas que nem foram nossas. E na dor inconstante do meu coração, essa é a lembrança que mais me dói: das coisas que não foram minhas. Coisas que a vida levou sem que antes eu pudesse me deleitar e me embebedar de felicidade junto a elas. Coisas que não voltarão. Coisas que ficarão eternamente dentro de mim, gritando, gemendo, chorando para serem vividas, mas que eu, viajante solitário desse pássaro da vida, nada poderei fazer para resgatar esse pedaço de minha alma que fora enterrado vivo no cemitério do desconhecido. Nessas longas asas, o mundo que parece infinito, cabe num olhar, e os sorrisos de uma vida inteira podem ser revistos no por do sol que reflete na retina dos mais velhos. E então nessas longas asas, segundos viram horas, dias viram anos e a gente vai morrendo, morrendo de saudade.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mas minha pequena criança, não se preocupe, nessa vida há mais tristezas do que alegrias. A inconstância dos sentimentos faz dessa vida uma caminhada incerta, difícil e lastimosa. Se acostume com as feridas que suas escolhas trouxeram ao seu coração, afinal, elas são uma parte dele agora. E lhe digo uma coisa, minha criança, espere menos das pessoas e espere mais de você, você já se machucou muito buscando coisas grandes em pessoas pequenas, não se permita cometer esse erro de novo. E repito uma vez mais o que sempre lhe falei: sua alma é grande demais para esse mundo. Esse seu jeito não se encaixa nessa terra de amores rápidos: você sempre optou por pensar demais, esperar demais, imaginar demais, você sempre vagou por sonhos que nem mesmo eram seus. Você quis colocar vírgulas em frases que eram para ser ditas em um só fôlego, sem pausas. Pobre menino!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ovelha negra

Quem via aquele menino cantando por ai, não sabia de nada sobre ele. Não sabia da escuridão dos bastidores daquele teatro, nem de toda felicidade que fora adiada. Eram tantas perguntas para tão poucas respostas. E então deixava sua alma vagando por aí, esperando alguém que botasse sorrisos naquele cemitério de sentimentos. Alguém que preenchesse o vazio daquele pedaço de vida que lhe foi tirado. Eu me lembro bem daquela pobre alma: levava uma vida sossegada, gostava de sombra e água fresca, a ovelha negra da família. Mas ele sabia, as ovelhas negras são incandescentes.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Chove estrelas nesse céu. Chove ideias nessa mente que vaga. Está chovendo lágrimas nesse jardim de flores bonitas. Bonitas, porém traiçoeiras. Fazem do fel amargo das lágrimas seu alimento, combustível de sua beleza. E então, pobre de mim, jardineiro de flores malvadas.

Outono

Na perfeição de cada segundo, coisas boas se desgastam nas linhas do tempo. E nesses tempos de coisas profundas a vida se mostra como os ventos do outono, que levam as folhas velhas, deixando o esqueleto seco de uma alma que irá florescer de novo, de novo e de novo. Mas mesmo florescendo assim, sazonalmente, existe aqui dentro um vazio, um abismo tão imenso e escuro quanto o oceano, uma falha que se torna dor a cada passo e então continuo eu, indecifrável, incógnito e incompleto. Como uma peça de quebra-cabeças que foi colocada na caixa errada e não se encaixa naqueles moldes tão diferentes daquilo que esperei encontrar. E esse vazio que caleja minha alma, nada preenche, nem o amor mais doce, nem o carinho mais terno, nem o abraço mais apertado. Depois de tanto colocar entulhos dentro de mim, sem alcançar minha plenitude, percebo que esse sou eu, que esse vazio é tão meu e tão eu quanto qualquer outro traço de mim mesmo. E assim vou, possuído pela imensidão desse vazio, englobo todos esses sentimentos que encontro pelo caminho, sedento por vida devoro esses corações que me oferecem um afago. Construo minha sina amando sem fim, me lançando nesse abismo da existência pois, quem sabe, a intensidade de viver consiga preencher pelo menos alguns milímetros desse universo escuro e denso que vive comigo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Estrelas.


E se um dia, eu, estrela fosse, me sentiria bem simplesmente sendo bom. Minha luz seria radiosa, cegante, prepotente como os raios do sol egoísta, mas singelamente sutil como a face cremosa da lua. Eu brilharia feito brasa viva no véu negro da noite e guiaria esses corações perdidos até o sorriso doce do amor, até o abraço eterno da vida. Vá ser feliz, meu menino! Quero ver a felicidade refletindo no seu olhar vazio, assim como minha luz reflete nas águas de um lago calmo. Sorria, meu garoto! Eu brilharia, brilharia silencioso, quieto, observando esse mundo de idas e vindas, rindo baixo do sarcasmo do destino imperfeito. Riria, mas agonizando, sangrando de vontade de participar de cada lágrima que desce e inunda os rostos dos mortais. Porém eu, pobre estrela sozinha, estaria fadado somente ao prazer doloroso de assistir, lá de cima, a mil anos luz de distância de outras como eu. Nas noites sem nuvem, quando eu, brilhando a pino, quase um diamante cravado naquele infinito negro, me permitiria fazer um pedido: eu gostaria que cada olhar vazio, cada coração que descansa no escuro, cada alma que já não tem mais razão, encontrasse em mim, no meu eco luminoso, um motivo para amar. Queria eu, uma única vez, que cada um desses anjos imperfeitos conseguissem pegar um bocado do meu brilho e aprisionar dentro de si, na lamparina da alma e assim iluminar o porão escuro das mentes que já se esqueceram de como sonhar. E que essa pequena chama aqueça e clareie as ideias, os caminhos, os amigos, a benevolência e faça, sobretudo, brotar dentro de cada olhar solitário o broto vistoso da esperança, a esperança que o sol do amanhã tratá um dia melhor, trará sorrisos infinitos, olhares felizes, abraços apertados e um amor tranquilo. Esperança de que todos os desgastes da vida se tornem momentos pontuais, perdidos no meio de um mar de emoções positivas. Esperança. É isso que as estrelas me fazem sentir. Debaixo desse céu de estrelas, sou a mais pura esperança, elas me fazem esperar acreditando e acreditar esperando. Lindas jóias envoltas por esse universo sem cor. Ah meu Deus, sei que não somos muito próximos mas peço a você só uma coisa, quando eu morrer, faça de mim uma estrela.

sábado, 20 de julho de 2013

O tempo passa e sem ver vou colecionando feridas que o gosto acido da vida foi deixando em mim. vou guardando amores que não deram certo, cartas que não foram enviadas, sentimentos que não foram revelados e músicas que deixei de escutar. Vou estocando lágrimas e alguns sorrisos, que com o tempo foram ficando meio blasé. Sempre me entregando muito para aquelas pessoas que me fazia bem e que me davam atenção, mesmo que fosse pelo espaço de um segundo, acabei construindo sonhos em terras pouco férteis, semeei sementes de pura vida em corações apodrecidos, e foi uma pena descobrir tão tarde que naqueles corações, onde eu reguei tanto amor e luz nunca nasceriam nenhuma única erva infeliz. Mas talvez eu tenho sido feito justamente para isso, para me entregar de corpo e alma para o mundo sem receber nada em troca, para passear pela vida das pessoas levando um bocado de ilusão e pouquíssima realidade, para observar as cores do mundo mas sem poder usá-las para pintar o meu próprio sorriso. Talvez eu tenha sido feito para viver alguns picos de ternura e de glória mas que eu tenho a plena certeza que logo logo eles serão diluídos nas águas da saudade, e o que vai me restar são perguntas, dúvidas de como a felicidade pôde me visitar de forma tão rápida e tão intensa e de repente ir embora, me deixando sem nada, e eu que fui radioso e feliz, volto a viver de instantes inertes, sem muito sabor, mais uma vez. As vezes me pergunto o quanto as pessoas conseguem levar de mim, ou se elas conseguem levar o mesmo tanto que eu posso levar delas. Das pessoas que a vida trouxe até mim, eu tento trazer comigo cada palavra, cada gesto, cada olhar, carrego tudo comigo numa mala especial, que cuido com zelo pois foram exatamente essas pessoas que fizeram a minha história ser a minha história, fizeram da minha vida algo diferente, único e meu. e as pessoas? o que elas levam de mim? acho que não muita coisa. elas esquecem tão rápido da felicidade, do brilho no olhar, as pessoas simplesmente passam por cima de tudo que é bom só pelo orgulho de se mostrar superior, as pessoas se esquecem dos sorrisos sinceros, se esquecem de mim. E me pergunto hoje de baixo desse céu de poucas estrelas: você? o que levou de mim? Acho que jamais vou saber, mas qualquer hora dessas, quando você quiser se lembrar de mim, dê uma olhada no retratinho que a gente tirou junto, eu digo isso porque tenho medo que um dia, você também me esqueça.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Abra seu coração e deixe as coisas boas entrarem. Abra um sorriso para tudo aquilo que te faz bem e não segure as gargalhadas, jamais. Ame sem medo, abrace sem dó. Viva com as emoções a flor da pele e nunca tenha medo de ser quem você é, de estar com quem te faz feliz. Muitas pessoas se preocupam mais com o orgulho do que deveriam e acabam de deixando de viver para simplesmente existir. Se todo mundo falasse o que sente, corresse atrás daquilo que nutre a alma de felicidade e abrisse o coração sempre que o amor batesse a porta, o paraíso não seria um lugar imaginário, ele seria aqui mesmo, nesse planeta.

sábado, 25 de maio de 2013

I just ride...

"Mas uma série de eventos destruiu meu sonho e o dividiu como milhares de estrelas fumegantes naquele céu. Eu não me importei, eu sabia que só quando você perde algo que queria muito e é preciso replanejar e se construir de novo é que aprendemos o que verdadeiramente é a liberdade. Sabia também que a cada instante havia uma oportunidade diferente de viver algo novo e mudar tudo, até porque eu sempre fui uma pessoa incomum. Minha mãe costumava dizer que eu tinha alma de camaleão: nada de bússola moral, nada de personalidade fixa, apenas uma determinação interna tão grande e oscilante como o oceano. E se eu dissesse que não planejei deste jeito, eu estaria mentindo, eu nasci para estar em todos os lugares, eu não pertencia a ninguém, tinha uma obcessão tão grande por liberdade que as vezes me assustava, me deixava sem ar. Toda noite eu costumava rezar para que eu encontrasse pessoas como eu, e finalmente eu achei, não temos a nada a perder, nada a ganhar e nada que desejássemos mais, exceto transformar nossas vidas em obras de arte. VIVA RÁPIDO! MORRA JOVEM! SEJA SELVAGEM! SE DIVIRTA! Eu acredito no que a alma costumava ser, eu acredito na pessoa que eu quero me tornar, eu acredito na liberdade da estrada, e por isso meu lema continua o mesmo: “eu acredito na gentileza dos estranhos”. Quem é você? Você está em contato com suas fantasias mais obscuras? Você criou uma vida que você se sinta feliz em experimentá-la ? Eu criei." (LDR)