terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tudo passa tão rápido. A vida é um sopro. Um pássaro de asas longas, no qual nos aventuramos pegar um carona, que voa cego, atravessando nuvens de lágrimas debaixo de estrelas de glória. E no bater dessas asas quantas histórias nós contamos, quantos amores nós encontramos, quanta vida nós vivemos. O tick tock do relógio só nos alerta o quão rápido esse pássaro voa e na velocidade de cada segundo, lembranças são moldadas na parede da mente. Lembranças de amigos desmedidos, de amores incompletos, de desejos não realizados, de musicas que não dançamos, de diferenças que não aceitamos, lembranças talvez de coisas que nem foram nossas. E na dor inconstante do meu coração, essa é a lembrança que mais me dói: das coisas que não foram minhas. Coisas que a vida levou sem que antes eu pudesse me deleitar e me embebedar de felicidade junto a elas. Coisas que não voltarão. Coisas que ficarão eternamente dentro de mim, gritando, gemendo, chorando para serem vividas, mas que eu, viajante solitário desse pássaro da vida, nada poderei fazer para resgatar esse pedaço de minha alma que fora enterrado vivo no cemitério do desconhecido. Nessas longas asas, o mundo que parece infinito, cabe num olhar, e os sorrisos de uma vida inteira podem ser revistos no por do sol que reflete na retina dos mais velhos. E então nessas longas asas, segundos viram horas, dias viram anos e a gente vai morrendo, morrendo de saudade.

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