domingo, 1 de março de 2015

Nesses dias em que a vida me surpreende, prefiro o suicídio dos conceitos, prefiro gritar a paz que não tenho e esperar que a liberdade me console. Na luz de tudo que sou, minha estrada é um caminho infinito. No ponto mais nômade do ser, fui esculpido na pedra bruta do amor e ali mesmo benzido de liberdade. Desde então, vim a esse mundo para deitar debaixo sol do acaso e lá desfrutar de toda a sorte que o mundo me oferece. Engraçado seria, colocar limites do abraço da vida, mas muito ao contrário disso, eu deixei que a vida me despertasse. Permiti que minha alma flutuasse sob os rótulos que foram dados a mim. Minha liberdade sempre foi um mosaico das minhas decepções, exposto no museu público do exagero. Eu quis sofrer sem propósito, chorar minha saudade, amar quem eu ainda não conhecia, transpirar o fervor da juventude, rastejar atrás do fogo da esperança. Eu quis me presentear. Escolhi pular no abismo das coisas que eu ainda não sabia o nome, para que eu mesmo pudesse dar nome a elas. E assim, do modo que sempre fui, prossigo sendo. Errante sem medo do castigo. Livre, solto, completo, inseguro. As vezes me pego pensando, parado no meio da minha turbulenta alegria: desse inverno, fiz meu verão.